Há alguma coisa de verdadeiro nos pactos com os maus Espíritos?
Não, não há pactos, mas uma natureza má simpatiza com Espíritos maus. Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como fazê-lo: chamas então os Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal, e por te ajudar querem que também os sirvas nos seus maus desígnios. Mas disto não se segue que o teu vizinho não possa se livrar deles por uma conjuração contrária ou pela sua própria vontade. Aquele que deseja cometer uma ação má, pelo simples fato de o querer chama em seu auxílio os maus Espíritos, ficando obrigado a servi-los como eles o auxiliam, pois eles também necessitam dele para o mal que desejam fazer. É somente nisso que consiste o pacto.
A dependência em que o homem se encontra, algumas vezes, dos Espíritos inferiores, provém da sua entrega aos maus pensamentos que eles lhe sugerem e não de qualquer espécie de estipulações feitas entre eles. O pacto, no sentido comum atribuído a essa palavra, é uma alegoria que figura uma natureza má simpatizando com Espíritos malfazejos.